As primeiras Irmãs salesianas chegaram a Portugal em Janeiro de 1940 a pedido do Servo de Deus D. Manuel Mendes da Conceição Santos, Arcebispo de Évora. Foi-lhes confiada a Casa Pia Feminina da Cidade e três anos mais tarde assumiram a Secção “28 de Maio” da Casa Pia Feminina de Lisboa com mais de 500 meninas. Os primeiros anos foram marcados pela pobreza e sacrifício, devido ao período bélico, 2ª Guerra Mundial, às dificuldades inerentes às obras assumidas, ao exíguo número de Irmãs.
Entre 1947 e 1952 abriram-se mais sete presenças. As primeiras vocações Portuguesas começaram a aumentar e, tal como nas origens, em Mornese, o desejo missionário depressa se concretizou. Em 1952, a pedido insistente do Governo Português, por verificar os bons resultados obtidos com a aplicação do método educativo salesiano em Portugal, partiram, juntamente com os Salesianos as primeiras missionárias para Moçambique. Eram três Irmãs portuguesas e uma italiana.
Em Portugal, as FMA começaram por estar unidas a Espanha. No Ano Mariano de 1954, foi canonicamente ereta a Província Portuguesa de N. Senhora de Fátima com sede no Monte Estoril. Contava nessa altura nove casas em Portugal e uma em Moçambique
Uma presença que se consolida; 1954 – 2003
A obra foi crescendo marcada pelo serviço à juventude, com escolas, lares para crianças e adolescentes mais pobres, internatos e obras missionárias tradicionais. Em 1965, foi inaugurado na Namaacha o maior colégio da província portuguesa com internato, semi-internato e ensino básico. Nesse mesmo ano um grupo de Irmãs foi enviado para o Transvaal, África do Sul, para se ocuparem dos filhos dos emigrantes portugueses; apoiavam no trabalho paroquial e orientavam um internato e escola portuguesa.
Em 1975, quando foi proclamada a independência de Moçambique, trabalhavam lá um terço das Irmãs da Província. A viragem então ocorrida levou ao encerramento de quase todas as casas e obras especialmente as ligadas ao ensino. Muitas Irmãs regressaram a Portugal.
Porém a vida refloriu, a semente lançada continuou a dar frutos. A 24 de Janeiro de 1992 foi erecta, em Moçambique a Província de S. João Bosco, que agregou também as casas de Angola.
Após a ereção canónica da Província Nossa Senhora de Fátima, a 3 de Novembro de 1954, a expansão assumiu também, em Portugal continental, um ritmo acelerado.
O internato para meninas pobres foi a primeira obra significativa, as casas de formação foram uma prioridade da Província desde o início e as atividades de tipo profissional, com cursos diurnos e noturnos foram outro meio de formação para as jovens e mulheres portuguesas.
No início, a pedido da Igreja local, também orientámos três hospitais, sempre com alguma actividade educativo-pastoral paralela. Logo que nos foi possível fomos deixando essas obras por não corresponderem ao nosso carisma específico.
As escolas, desde 1961, são uma aposta educativa que se veio a consolidar.
Numa tentativa de orientar as respostas educativas de acordo com o carisma, as Irmãs salesianas foram deixando algumas presenças, transformando obras ou abrindo outras. São de salientar particularmente as duas presenças pastorais na Diocese de Santarém e do Algarve bem como a comunidade de inserção no Bairro Novo do Pinhal em S. João do Estoril, onde já há vários anos se faz um trabalho significativo em favor dos mais pobres.
O início do novo milénio exige uma reflexão aprofundada da vida e missão no contexto actual. O processo de revitalização e reestruturação em curso na Província, visa um crescimento em significatividade. A abertura ao trabalho com os leigos torna-se uma realidade que passa não só pela necessidade de forças para levar a cabo a missão, mas também pela consciência da riqueza que constitui a partilha do carisma com outras vocações. O empenho na formação cristã e salesiana é um desafio para que a presença carismática não perca dinamismo. O futuro é de esperança pois a juventude precisa de crescer e também ela ajuda a crescer.