Encontro de inspetoras da “Europa e Médio Oriente em caminho”
Na nossa casa de Jerusalén, as inspetoras da Europa e Médio Oriente fizemos os Exercícios Espirituais na modalidade de Peregrinação pela Terra Santa de 8 a 16 de setembro, orientados pela Ir. María Ko e acompanhadas pela Ir.Mercedes Martín e pelo acolhimento familiar e fraterno da comunidade FMA. A diretora, Ir.Roberta Tomasi e todas as irmãs estiveram atentas aos mais pequenos pormenores o que muito agradecemos pois nos sentimos sempre ‘em casa’.
“Vinde e vereis” disse Jesus aos discípulos que lhe perguntaram: “Mestre, onde moras?”. E este mesmo “vinde e vede” foi o que nos fez sentir Jesus a cada uma e a todo o grupo: como um bom amigo, mostrou-nos a sua casa e o seu povo. Procurámos viver tudo com espírito de recolhimento e silêncio, atenção e disponibilidade para nos enchermos da experiência que o Senhor nos oferecia. Fazer Exercícios-Peregrinação numa modalidade diferente do habitual foi um presente que todas valorizámos. É outra forma de viver o encontro com a Palavra, a revisão de vida e o “reavivar o fogo” …experiências que os Exercícios Espirituais anuais nos possibilitam. É um privilégio caminhar, ler a Palavra e parar em tantos lugares-cenário da vida de Jesus, da Sagrada Família e da primitiva comunidade. Em todos os lugares, encontrámos peregrinos, cuja fé também alimenta a nossa, assim como as marcas da fé de tantos cristãos de outros tempos.
A casa de Jerusalém é mais do que centenária; todas devemos muito à vida e trabalho de cada irmã que no passado permaneceu neste lugar mesmo com risco da própria vida. Está situada muito perto das muralhas da cidade antiga, a 15 minutos do Santo Sepulcro. O Instituto considera-a como um dom e uma responsabilidade, como um tesouro que pertence não só à Inspetoria do Médio Oriente mas a todas.
A inspetora, Ir.Lina Abou, e as irmãs das comunidades com que nos encontrámos, agradecem-nos termos aceitado o convite da Ir. Lina em setembro de 2015 em Sanlúcar (Sevilha). Pedem-nos que promovamos as peregrinações à Terra Santa, à nossa casa de Jerusalém. Os peregrinos não só encontrarão um alojamento privilegiado mas também o acompanhamento da experiência de encontro com o Senhor nesta Terra. Propõem também a modalidade de virem individualmente e terem um acompanhamento espiritual; o encontro com a comunidade num clima fraterno, aberto, de família, com a oração e não ficarão sem Eucaristía diária.
Hoje, Mornese e Jerusalém são para o Instituto como “duas asas do Espírito” neste momento da história, para fortalecer a experiência de Deus e regressar à vida quotidiana dispostas a entregar a vida como Ele.
Depois dos Exercícios, nos días 17 e 18, continuámos com a reflexão “Europa e Médio Oriente em caminho”. Ao grupo de Inspetoras, uniram-se as três conselheiras referentes das conferências; Ir. Chiara Cazzuola (CII), Ir. Mª Luisa Miranda (CIEP) e Ir.Paola Batagliola (CIEM), bem como outras irmãs desta comissão. O tema de fundo foi: “a proximidade como interculturalidade”.
O encontro começou com uma lectio de Jo 6,9: “Está aquí um jovem que tem cinco pães e dois peixes”, versículo que acompanhará a reflexão Europa-MOR durante este sexénio. Aprofundámos o significado de “proximidade face ao sentir-se estrangeiro” de modo experiencial, com dinâmicas. Além disso, o bispo Don Michael Louis Fitzgerald, que foi Núncio no Egipto e presidente do Pontifício conselho para o diálogo interreligioso de 2006 a 2012, fez-noss uma sábia iluminação com duas intervenções sobre o diálogo interreligioso.
As dimensões transversais presentes foram: a antropología cristã, a interculturalidade, a dimensão vocacional da nossa missão e a comunidade educativa como ícone das múltiples vocações.
Acompanharam-nos algunas interrogações: Quem é o meu próximo? Como nos coordenar nas redes que já temos: formação, pastoral (escolas, Vides, MGS, acolhimento de imigrantes, …) Família Salesiana? Como podemos nós criar pontes? Como nos deixar interpelar e transformar pela multiculturalidade em que cada comunidade está imersa?
Partilhámoss experiências de abertura e acolhimento de imigrantes, desafios e oportunidades da interreligiosidade e concluímos apontando ideias-força sobre o que se faz ou se poderia fazer em cada Conferência Interinspetorial. Depois deste encontro, cada Conferência viveu o seu próprio encontró nos días seguintes.
Em todos os lugares, havemos de potenciar o crescimento na mudança de mentalidade que supõe acolher o “diferente”; continuar a aprofundar o que nos pede o CG XXIII: sair do “sempre se fez assim” para operar esta mudança de época, que nos pede uma verdadeira conversão missionária para a misericórdia, porque todos necessitam e necessitamos de compreensão, perdão e amor.