Como agradecerei ao Senhor tudo quanto Ele me deu? ( Sl 115)


Foi-me pedido que testemunhasse sobre a experiência da minha estadia nesta bela Casa S. José durante estes dez meses. Para glória de Deus e louvor da Virgem Santíssima, faço-o de boa vontade.

Cheguei aqui, a esta casa abençoada, sem força alguma, sem o mínimo de disposição para nada. Uma grande coisa sempre me acompanhou: a minha fé, a capacidade de abandono e a vontade de silenciar ao máximo, para não impressionar ninguém. Perdi a vontade de comunicação; o meu telemóvel ficou parado durante muito tempo. Fui oferecendo, dia e noite, usando a oração de Sta Jacinta: “Ó Jesus, é por Teu amor, pela conversão dos pecadores e em reparação do Imaculado Coração de Maria!” Fazia-o só com o pensamento, porque não tinha vontade de pronunciar palavras.

Quando me diziam que havia missa, como não tinha forças nem disposição para nada, unia-me a todas as missas do mundo, mas era incapaz de descer para ir à capela. Dizia ao Senhor: “Tu sabes tudo!”

Cheguei aqui a andar numa cadeira de rodas; passado algum tempo andava com um andarilho e agora ando com uma canadiana. Já vou tendo força e vontade para rezar e passear lá fora. Tenho mais vontade de aprofundar a palavra de Deus e saboreá-la. Vou diariamente à Eucaristia.

Agora tudo tem mais sabor e beleza! Tenho o meu dia bem preenchido com momentos de oração, meditação, celebração, leitura, passeios no exterior e já consigo fazer pequenos trabalhos de mão. Sinto que estou a viver um tempo de graça, uma espécie de retiro permanente, onde tudo tem muito sabor. Tudo me parece tão belo!

Dou graças a Deus por esta casa e por aquilo que nela vivo! O Senhor resgatou-me! Devolveu-me a graça da paixão por Ele e pela vida!

“Como agradecerei ao Senhor tudo quanto Ele me deu?” ( Sl 115)

Ir. Maria José Pereira, fma