O nosso encontro começou com o simpático acolhimento da comunidade do Bairro do Rosário. Aí partilhamos um pouco da vida comunitária, oração, refeição e recreio salesiano. Na madrugada seguinte seguimos rumo a Fátima, colocamos pés ao caminho, exteriormente e interiormente. Caminhamos juntas — jovens, irmãs e muitas outras mulheres que, à distância e de forma espiritual, nos acompanharam a partir de suas casas.
Nesta peregrinação, deixámo-nos acompanhar e interpelar pela experiência de S. Paulo, um homem apaixonado por Jesus, que convidámos para este caminho! Pedimos-lhe que nos ensinasse, a partir da sua experiência, a procurar o Senhor e a escutar a sua vontade sobre a nossa vida. Paulo vivia numa noite escura que o impedia de reconhecer Jesus. No entanto, a sinceridade e a procura da verdade que vivia no seu coração permitiram-lhe despertar para a luz de Jesus.
Arriscamos, assim, ainda de noite, peregrinar até Fátima, aceitando o desafio de nos deixarmos, todas, despertar por Jesus no caminho, tal como Paulo fez, de modo a abrirmo-nos à vontade de Deus a nosso respeito.
Durante a peregrinação, fomos fazendo algumas paragens; escutávamos a Palavra de Deus e refletíamos sobre uma atitude que nos predispõe ao discernimento vocacional: obediência filial, serviço, acompanhamento espiritual, amizades espirituais e vida sacramental. Fomos também apresentando alguns momentos da vida de Madre Mazzarello, nos quais podemos verificar a vivência destas atitudes. Finalmente eram dadas algumas pistas de oração, intercaladas com momentos de música e de silêncio e oração.
A meio do caminho fomos acolhidas pela comunidade de Abrantes que com grande familiaridade restaurou as nossas forças com o farnel trazido no portabagagens. Foram também estas irmãs que providenciaram o nosso almoço, já em Fátima.
A jovem Clara partilha connosco a sua experiência:
Ao chegar à comunidade de Cascais das irmãs Salesianas, fomos recebidas com muito amor e alegria. Começámos esta peregrinação com a presença real do Senhor. A Ele entregámos tudo aquilo que deixávamos em casa, para leves começarmos esta peregrinação com Paulo. Colocando aquilo que achávamos saber sobre a vocação à prova do silêncio da noite, meditámos sobre as nossas vidas e tudo o que trazíamos no coração. Com o nascer do sol aprendemos, como Paulo, a deixar que Jesus nos guiasse até ao nosso “Damasco”, confiantes que com Ele o caminho, é o caminho certo. Por fim, aos braços da nossa mãe chegámos. Como foi bom sermos recebidas, depois de tanto receber.
Clara