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Santa Maria Mazzarello

Uma mulher à frente do seu tempo.
Santa Maria Domingas Mazzarello nasceu a 9 de maio de 1837, na pequena vila de Mornese, no norte de Itália, no seio de uma família de agricultores. Cresceu num ambiente simples, de trabalho árduo e fé profunda, valores que a moldaram e que mais tarde se tornariam os alicerces do seu carisma educativo e espiritual. Desde cedo, destacou-se pela sua generosidade e dedicação ao serviço dos outros, qualidades que a tornaram uma referência na sua comunidade.

A espiritualidade de Maria Mazzarello foi alimentada pela educação religiosa recebida dos seus pais e pelo seu envolvimento na vida da paróquia. Guiada por um lema simples, mas profundo – “Deus vê-me” –, Maria aprendeu a viver com transparência, autenticidade e um desejo constante de corresponder ao amor divino. Este lema não foi apenas uma frase inspiradora, mas tornou-se o princípio fundamental da sua relação com Deus e com aqueles que a rodeavam.

Uma figura determinante no seu crescimento espiritual foi o Padre Domingos Pestarino, sacerdote de Mornese, que se tornou seu diretor espiritual e guia na caminhada de fé. Sob a sua orientação, Maria cresceu na vida de oração, no compromisso com a comunidade e no discernimento da sua vocação. Foi também sob a sua orientação que conheceu mais profundamente o carisma salesiano e a espiritualidade de São Francisco de Sales, que mais tarde se tornaria a base do estilo educativo das FMA.
Em 1860, uma epidemia de tifo assolou a sua vila. Maria, com apenas 23 anos, colocou-se ao serviço dos doentes, sem medir esforços para os ajudar. No entanto, acabou por contrair a doença e, ao recuperar, percebeu que a sua força física já não lhe permitia continuar o trabalho agrícola ao qual se dedicava com tanto entusiasmo. Foi então que percebeu que Deus a chamava para uma nova missão: educar e formar jovens raparigas.

Foi novamente sob a orientação do Padre Pestarino que Maria amadureceu essa nova vocação. Ele ajudou-a a perceber que a missão de Deus para ela não passava apenas pelo trabalho manual, mas pela formação da juventude, especialmente das meninas que não tinham acesso a oportunidades de crescimento e educação.

Juntamente com a sua amiga Petronilla, abriu um pequeno ateliê de costura para formar jovens mulheres na aprendizagem de um ofício. Mais do que um espaço de ensino técnico, aquele era um ambiente onde as jovens eram educadas na fé, nos valores cristãos e no desenvolvimento da sua dignidade. Este projeto foi a semente de algo muito maior: um modelo educativo que se expandiria pelo mundo através do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora.

Em 1864, Padre João Bosco visitou Mornese, acompanhado pelos jovens do seu oratório, a convite do Padre Pestarino. Durante essa visita, Dom Bosco reconheceu a ação educativa de Maria Mazzarello e das suas companheiras, reconhecendo nelas o espírito salesiano e a capacidade de concretizar o sonho de fundar um Instituto feminino.

O encontro com Dom Bosco foi decisivo. Em 5 de agosto de 1872, Maria e mais 10 jovens, fez a sua profissão religiosa como Filha de Maria Auxiliadora, tornando-se assim cofundadora e primeira Superiora Geral do Instituto. Esta data marca o nascimento oficial da Família Salesiana feminina, oferecendo às jovens a oportunidade de crescer num ambiente educativo inspirado no Sistema Preventivo de Dom Bosco.

Madre Mazzarello não foi apenas uma administradora. Foi uma mãe espiritual, que formava e acompanhava as irmãs com proximidade e sabedoria. Sabia que educar ia além de ensinar conteúdos e que a presença ativa, a atenção às necessidades individuais e o amor verdadeiro eram essenciais para transformar vidas.

O “Espírito de Mornese” é a marca da identidade salesiana feminina, refletindo o modo como Madre Mazzarello e as primeiras irmãs viviam a sua missão. Este espírito caracteriza-se por três elementos fundamentais:
Madre Mazzarello faleceu a 14 de maio de 1881, aos 44 anos, deixando um Instituto em pleno crescimento e um testemunho espiritual que continuaria a inspirar gerações. O seu exemplo de vida marcou profundamente as irmãs e os jovens que acompanhou, tornando-se uma referência de santidade vivida no quotidiano.

Em 1951, o Papa Pio XII canonizou-a, reconhecendo oficialmente a sua santidade e o impacto do seu trabalho na vida de milhões de jovens e educadores em todo o mundo.

“Deus vê-me”, continua a ser um convite a viver com autenticidade e com a certeza de que cada ato de amor e de serviço é visto e acolhido por Deus. O seu exemplo inspira irmãs, jovens e educadores a abraçarem a missão salesiana com alegria e confiança, mantendo viva a chama do carisma que nasceu em Mornese e se expandiu para o mundo inteiro.

Desde a sua fundação, o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora (FMA) tem sido orientado por mulheres que assumiram o legado de Santa Maria Domingas Mazzarello, garantindo que a missão educativa e evangelizadora di instituto permanece fiel ao carisma salesiano e às necessidades da juventude de cada época.

A cada seis anos, a Superiora Geral é eleita pelo Capítulo Geral das FMA, sendo a sucessora direta de Madre Mazzarello. A sua missão é promover a unidade e a fidelidade ao carisma salesiano, dinamizando as comunidades religiosas e educativas espalhadas pelo mundo.

A Superiora Geral, juntamente com o seu Conselho, é responsável por:

Desde a morte de Madre Mazzarello, em 1881, o Instituto tem sido liderado por sucessoras que garantiram a continuidade e a expansão da missão salesiana feminina:

Madre Catarina Daghero

Primeira sucessora de Madre Mazzarello, consolidou e expandiu o Instituto em nível global, aumentando o número de comunidades e fortalecendo a identidade das FMA. 1881-1924

Madre Luísa Vaschetti

Liderou o Instituto durante os desafios da Primeira e Segunda Guerras Mundiais, promovendo a presença salesiana em novos territórios. 1924-1943

Madre Linda Lucotti

Acompanhou o crescimento das FMA no período pós-guerra e garantiu a renovação da missão salesiana. 1943-1958

Madre Angela Vespa

Promoveu o diálogo entre as FMA e as transformações trazidas pelo Concílio Vaticano II. 1958-1969

Madre Ersilia Canta

Guiou Instituto no período pós-conciliar entre crises e renovação, marcado por contestações e transformações sociais, culturais e religiosas. 1969-1981

Madre Rosetta Marchese

Orientou o aprofundamento do crescimento interior na santidade como fermento de fecundidade apostólica e de ação educativo-evangelizadora. 1981-1984

Madre Marinella Castagno

Impulsionou o fortalecimento da identidade salesiana feminina e o compromisso com os mais pobres. 1984-1996

Madre Antonia Colombo

Fortaleceu a participação das FMA na pastoral juvenil e na missão educativa, promovendo uma presença significativa junto dos jovens. 1996-2008

Madre Yvonne Reungoat

Primeira Superiora Geral não italiana, destacou-se pela expansão da missão salesiana e pelo compromisso com as novas gerações. 2008-2021

Madre Chiara Cazzuola

Atual Superiora Geral, continua a animação do Instituto, garantindo que a missão das FMA responda aos desafios contemporâneos sem perder a sua identidade. 2021-Presente